terça-feira, 26 de agosto de 2014

Poema morto



A lua brilhando com nuances em tom breu. A voz aguda sorrindo desaforos que meu coração não quer ouvir. Brincando de me afastar de ti. Arranco meus botões da blusa que ganhara na sorte. Destruo o vaso de qualidade rara. A noite gritando silenciosamente que não se pertence as fontes que jamais existir. Amante de si, uma vadiagem descomunal de corpos que não se conhecem. Perdidos em pensamentos divagatórios de coisa tal que sentimentos haveria de existir. Pensa cabeça, pensa mente, pensa corpo. Não pensa. Abre-se largamente e debruça-se no parapeito. O vento suave. Subindo como degraus existissem, preocupação vaga de tudo vazio. Vagamente surreal. Vagamento abstrato de pintura feita aos pés. A louca nudez revelada as escura sem mãos para desvendá-la.