A lua brilhando com nuances em tom breu. A voz aguda
sorrindo desaforos que meu coração não quer ouvir. Brincando de me afastar de
ti. Arranco meus botões da blusa que ganhara na sorte. Destruo o vaso de
qualidade rara. A noite gritando silenciosamente que não se pertence as fontes
que jamais existir. Amante de si, uma vadiagem descomunal de corpos que não se
conhecem. Perdidos em pensamentos divagatórios de coisa tal que sentimentos
haveria de existir. Pensa cabeça, pensa mente, pensa corpo. Não pensa. Abre-se
largamente e debruça-se no parapeito. O vento suave. Subindo como degraus
existissem, preocupação vaga de tudo vazio. Vagamente surreal. Vagamento
abstrato de pintura feita aos pés. A louca nudez revelada as escura sem mãos
para desvendá-la.