quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Romanticiando a italiana

Ela fora ao paraíso encontrara os unicórnios, vira estrelas em céus estrelados tão fortes que se sentia dentro de um. Emudeceu a voz, porque era o coração quem tinha cordas vocais. Dançou na chuva completamente nua.  Haveria porque muito mais encantamento, mas a boca resolveu falar. Enquanto os vaga-lumes desenhavam o céu com seu verde, ela sonhava. Era o tal príncipe encantado de seus sonhos. Tão verdade que se tornou inatingível. Não que ela não tivesse forças, mas é que o contemplar iria muito além. Nem toque de mãos, nem colar de lábios, nem sexos transados. Era o sangue gritando alto, sem som de palavras a ser escutado. Seriam os olhos negros, mas as mãos encantavam mais. Não houvera fome. Não houvera sede. Todo o suor seco valeria muito mais. Saciaria. Ela então pensou. O sonho haveria de ser maior tanto que jamais em realidade pudesse existir. Ela chora. Lamentos tanto de explicações poucas. Haveria a liberdade que deveria ser dada. Ela não ansiava corpo que não lhe queria. Seria objetivo se não houvesse de doer. Marcara em sua agenda, feito criança, a data da felicidade. Esquecera que eterno jamais houvera. Organizou o corpo e de cabeça erguida mergulhou profundo. Aquele momento. Sensações longas de vazios desconhecidos. O corpo gemia. Os olhos olhando olhos. Narizes se tocando. E apenas um existindo. Seria lindo se fosse vivido mais. Apenas aquele instante. Pouco tanto o suficiente para marcar. Ela ainda ansiava, aguardava, esperava, queria. O desejo alheio não haveria. Seria verdade se em cada linha não houvesse reticências. No intervalo de um segundo a profundeza do amanhã. Mas era o hoje e todo hoje tem fim. Um adeus bêbado com juras rasas, mas significativas. Ela se achava. Ele se perdia. Ambos se encontravam. Nada existia.


Ela agradeceria porque inspiração voltaria.   

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