Enquanto eu caminhava solitária como sempre fora, a vida não
me sorria. Não que eu esperasse isso dela. Não, dela jamais esperei. Talvez por
isso tanta dor. Talvez seja a vida quem sorrir de verdade. Preciso aprender. É, ainda pouco sei. Que clichê. Mesmo caminhando debaixo da chuva que mesmo
violenta não escondia minhas lagrimas. Eu pensava em esperar o sorriso da vida.
Inútil. Quando não se acredita mesmo em algo, pode-se até ter em conflitos,
mas jamais acreditar piamente. Coitada de mim que sempre duvidei de tudo. Mesmo
acreditando nos olhares de qualquer um. Duvidei até da minha sombra. Então pensei
sobre o mundo e sua vergonha de ser de verdade. Essa é um era da “lição de
moral.” Todos o tempo todo tem alguma coisa a dizer sobre o que é correto sem
nada dizer. São palavras que tentam lutar contra a insana realidade. Eu até um
dia sonhei com a paz. Mas ela não mostrou as caras. Fiquei vendida sem saber
como agir, porque aquele sonho era tudo que tinha para me manter ocupada. São apenas
sentimentos pensados e digeridos por baixo dos edredons em noites vazias,
frias, solitárias. De todos. Ainda tem a coisa da cultura. Ops, me perdi. Isso ai
é mentira mais bem elaborada do mundo. Ficamos com as bundas plantadas em
nossas confortáveis poltronas diariamente engolindo tudo que vomitam na TV no horário
nobre. E eu ainda acredito quase cegamente que viver tem algum sentido. Melhor,
tento me convencer disso. Tenho saudades das bandeiras hasteadas ao sol com
mais orgulho. Hoje tenho vergonha até de dizer para que time realmente torço. E
a julgar que todos acreditaram no sonho de JK quando construiu Brasília. Tentam
importar as frias paredes do planalto central como fonte de esperança. Os tolos
acreditam porque ainda votam. Eu mesma sou uma tola. Mas ainda tenho a
dignidade de votar nulo. Mas ai me dizem “Pra que? Você é um nada na multidão.”
Ai que triste verdade. Meu pai mesmo tentou me convencer de fazer algo ao
contrário. Em vão. Ainda prefiro uma guerra solitária a simplesmente não lutar
por mais nada. Meus ídolos são antigos. Sei que nisso não estou sozinha na
massa. Mas ainda sim, por esse motivo, me sinto jogada aos leões sem uma espada
que seja. Eu digo The Doors que é bom. E apanho descaradamente. Quando falo de
bukowski sofro bullying. Meus ídolos são velhos e eu me sinto uma velha de 200
mil anos mendigando atenção por conta da minha caminhada solitária. Me fechando
em minhas paredes com minha bagunça sobre a mesa, um teclado até bom, uma tela
que não é minha e uma imaginação fértil, ainda consigo alguma dignidade. Não que
estivesse em busca de tanto. Mas enquanto o mundo se revira em sua própria lama
eu de cá canto minha canção sozinha e com um leve sorriso nos lábios. Prendam-me,
sou uma louca que pensa. Ai de mim que morro aqui no mundo das incoerências e
luto por dias melhores. Sou uma derrotada. Façam coro. Enfim, melhor não pensar em nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário