As vozes diriam para que a luta não parasse, mas o coração diz chega. No final do túnel existe uma luz que não quer ser dividida. A lucidez bateu em retirada. Ficaram as lágrimas que não param de escorrer. Existiria poesia, mas para poesia precisa companhia. uma caminhada solitaria é só o que existe. O amor não me escolheu e eu burra continuo tentando, como se isso me redimisse de ser quem sou. Qu...em sou? Pouco importa. Quem pode viver sem amor? Essa não seria eu. Um pausa. Nenhuma razão, mas muita vontade. Cheia de covardia a gente segue não dando ouvido as vozes e rastejando na dor que nos torna tão humanos. Eita poesia vazia, sem sentido e fodida. É a vida gritando por nosso sangue e continuamos crédulos diante de toda essa desgraça. Que seja, eu já nasci e já estou aqui tem um tempo, não existe volta.
sábado, 26 de maio de 2012
sábado, 19 de maio de 2012
"Crise de identidade"
Às vezes a
fonte seca. Posso assegurar que esse é um dos piores momentos daqueles que
vivem de criar “coisas”. Mas acontece e muitas vezes ao longo de diversos
processos criativos. Bate uma insegurança tão profunda que pensamos em todas as
desgraças possíveis. Fazemos as mais tolas perguntas a nós mesmos. Por que esse
momento tão escasso de boas inspirações? Será mesmo que sou uma pessoa
criativa? Será que esse é realmente meu papel a ser desempenhado nessa vida?
Isso acontece em geral com pessoas que vivem da criação em todos os âmbitos.
Porém isso
também acontece na vida. Momento esse que vou denominar de “crise de
identidade.” Quem, em algum momento da vida, não parou e se perguntou ‘Qual a
minha real função nesse mundo?’ ‘Pra que existir se nada faz sentido?’ Todos,
em algum momento, já se encontraram nesse estado de profunda reflexão sobre sua
existência. E digo mais, ou melhor, aposto com qualquer um, esse é o pior
momento de qualquer pessoa. É meio doído sentir que nada faz sentido, sentir
que os dias estão passando e nada se torna palpável ou no mínimo razoável.
Eu pensei em
mil possibilidades para expandir meu texto e deixá-lo interessante não
dependendo de uma mensagem, digamos que, de alto ajuda. Pensei em falar sobre
os adolescentes que nessa fase sempre entram em mil conflitos, seja para
escolher seu futuro profissional ou até mesmo sua situação amorosa ou estética.
Mas não, ainda sofro com essa constatação, porém quero mesmo deixar uma
mensagem para as pessoas que se encontram nesse estado, quase beirando ao ‘se
entregar e desistir’.
Eu me encontro
em um momento desses, por dias e dias não tenho conseguido escrever nada. Ou
melhor, escrevi sim, um texto de despedida, dizendo que não iria mais escrever.
Disse aos meus amigos que desistiria disso, escrever me faz muito bem, mas
estou nesse momento me considerando a pior escritora do mundo. Eu fiquei
triste. Chorei. Me lamentei. Me envergonhei de todos os meus textos. Lamentei
pelas pessoas que leram meus textos e por ai vai. Uma danada e sofrida “crise
de identidade” de criação.
Talvez esse
processo ainda leve um tempo, to tranqüila para isso, especialmente porque esse
período tem me ensinado uma lição valiosíssima e nesse momento quero dividir
com todos que, por algum acaso, se interesse em ler minhas pobres palavras.
Nós não
precisamos ser impecáveis sempre. Não precisamos estar certos numa constante
sem tropeços. Por vezes, precisamos nos permitir ser humanos, perceber que
erramos e isso faz parte do nosso processo evolutivo, que julgo tão importante.
Acertar é legal, temos que lutar sim para que nossas atitudes possam refletir
um futuro tranqüilo e correto, mas não podemos fazer disso uma luta incessante
e desleal com nós mesmos. É preciso encontrar um equilibro entre o acertar e
errar. Encontrar a formula para que possamos errar sem que isso nos prejudique,
mas conscientes de que errar é normal dependendo da situação.
A cada dia o
mundo tem nos cobrado mais acertos intensos e mirabolantes. A nova geração
cresce em uma desenfreada busca pelo melhor lugar no mercado de trabalho e isso
reflete no andamento da sociedade. Jovens mais solitários, ricos e por vezes
infelizes. Amar, casar, ter filhos tem se tornado uma coisa obsoleta e sem
valor. O mundo cobra, profissionais perfeitos e intocáveis. Verdadeiros robôs.
A cobrança é tão grande que o índice de frustração tem se tornado cada vez
maior, afinal ainda estamos no Brasil, um país subdesenvolvido. Nossa educação
ainda é um grande dilema. Mas o mundo grita cada vez mais alto e forte
‘profissionais perfeitos. ’
Mesmo diante
desse quadro da nossa atualidade eu ainda sou uma eterna sonhadora. Uma
apaixonada e revolucionaria incansável. Eu ainda acredito em valores antigos
que podem ser somados aos atuais, sem que isso gere conflitos.
Não, eu não
quero me tornar uma máquina, que se movimenta de acordo com os padrões impostos
pela sociedade. Cada pessoa é de uma forma, se movimenta ou se articula de
acordo com suas possibilidades. Não existe padrão no mundo que determina o que
torna uma pessoa melhor do que a outra. Nenhum dinheiro pode ser maior do que
caráter, nenhum status social pode ser maior do que amor, nenhum diploma pode
ser maior do que felicidade. A marcha para a desvalorização do individuo no
coletivo tem que ser parada urgentemente, a concorrência desenfreada de robôs e
não humanos tem que ser estagnada “ontem”. Vamos arquivar o processo de super
valorização do ‘cada um por si e salve sem puder’.
Não estou aqui
pregando que a educação é algo desnecessário ou sem importância alguma. Imagina!
Eu mesma tenho me atualizado para não perder, de certa forma, essa evolução.
Mas estou aqui dizendo que, enquanto nossa educação for esse jogo de interesse
de políticos corruptos, que visam seus bolsos enquanto aceitam que o mercado de
trabalho cobre cada vez mais e nossa educação publica caminha a passos lentos
no caminho do desenvolvimento, teremos jovens frustrados e cansados em busca de
algo que deveria ser um direito, como se isso fosse um favor, mas que nossos
impostos pagam tão bem.
Eu preguei,
prego e pregarei eternamente o valor de cada pessoa individualmente, que se
ajustado, de forma correta no coletivo, tem muito mais importância do que
sozinho.
Eu me encontro
em uma difícil “crise de identidade” criativa, você pode estar em uma “crise de
identidade” pessoal, existem varias formas dessa tal “crise de identidade”.
Esse é aquele momento solitário que, na maioria das vezes, nada do que digam
pode ajudar. Porém é importante pensar que independente de como, cada pessoa
tem seu valor, que não pode ser subestimado jamais.
Seja qual for
sua “crise de identidade”, saiba que ela passará, enquanto isso não acontece,
aproveite esse momento para se conhecer melhor, se permita a esse momento de
inércia existencial. Foque em crescer para si mesmo. Foque em ser para si
mesmo. Sem se preocupar de forma desmedida com o que esperam de você. Cada um
sabe muito bem qual escolha deve ser tomada e é sua própria consciência que
dormirá com as conseqüências eternamente. Somente você pode julgar o que é
realmente importante para si. Somente você pode saber o que quer para si mesmo.
Somente você pode fazer acontecer aquilo que almeja tanto. Não pese na balança
de suas escolhas e ações vontade e pensamentos alheios. Saiba que suas atitudes
refletem como você será visto, mas não faça disso um peso para que a escolha
não seja tomada para sua felicidade e somente sua felicidade. Use sua essência
e sua razão a seu favor. Seja protagonista de sua própria história de vida.
Mas lembre-se sempre, isso tudo em um
equilíbrio para enxergar que, da mesma forma que você, existe outras pessoas,
cada qual com sua medida certa de importância que torna cada um especial.
Bom, acho que
misturei um poucos os assuntos... Mas então, isso prova meu mau momento
criativo. Porém, acho que foi muito válido, especialmente para mim, esse
momento em que dividi minhas “fraquezas” com todos.
O mundo cobra
perfeição, mas eu não ligo de ser retrô.
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